O CARNAVAL E A MANIFESTAÇÃO DA CULTURA ANGOLANA
Trazido pelos portugueses, o Carnaval chegou a Angola há vários séculos e também era chamado de Entrudo. A máxima desta festa popular era: "No Carnaval, nada parece mal!”. Nos dias que durava a festa, existia a crítica social muito intensa. Os defeitos dos grandes senhores eram levados à praça pública. Desavenças entre vizinhos eram apresentadas numa linguagem crua, perante todos. Mas como "nada parece mal”, ninguém se sentia ofendido.
Em 1961, com o início da luta armada de libertação nacional, houve a interrupção das festividades. O governo colonialista proibiu os desfiles de rua e as festas de salão. Depois de 1963, o Carnaval foi domesticado e "rigorosamente vigiado” pelas autoridades. Só regressou, no ano de 1975. Mas por pouco tempo. A guerra voltou a suspender a festa.
O Carnaval ressurgiu em 1978, com o incentivo pessoal de Agostinho Neto, primeiro Presidente de Angola, na forma de festejo para marcar a expulsão do exército sul-africano a 27 de Março de 1976, realizando-se com a designação de Carnaval da Vitória.
O Carnaval em Angola é uma festividade popular ocorrida anualmente nos dias de Carnaval que geralmente acontece na segunda semana do mês de fevereiro. A tradição carnavalesca, trazida pelos colonos portugueses, incorporou, ao passar do tempo, uma gama de tradições locais, enraizando-se profundamente nas culturas angolanas
De início, o carnaval constituía uma festa inteiramente espontânea, organizada por associações dos bairros de Luanda que, ao seu total alvitre, escolhiam os ritmos e percursos a serem executados pelos grupos por elas encabeçados. Entre as classes mais abastadas, o carnaval constituía de uma festa mais polida, fortemente inspirada por tradições carnavalescas europeias, como o corso.
Mais recentemente, em especial a partir de 1987, o carnaval angolano ganhou contornos mais distinguíveis, em razão do reconhecimento oficial da festa pelas municipalidades. A partir de então, a Marginal de Luanda tornou-se o centro para onde confluem todos os grupos carnavalescos de Luanda, que competiam entre si no dia de carnaval pelo título de melhor do ano, prática que persiste até hoje.
Cada um dos grupos a desfilar no Grande Desfile da Marginal de Luanda é constituído por comandantes, reis e rainhas, e têm liberdade para escolher o ritmo que a executar. Os principais estilos musicais executados são o semba, a kabetula, a kazukuta e a dizanda.
Para além da celebração oficial, concentrada na Marginal de Luanda, diversos outros grupos apresentam-se espontaneamente nos bairros das cidades e pelas demais capitais provinciais.
Fontes: históricos do carnaval ; Carnaval de Luanda